O nome páscoa surgiu a partir da
palavra hebraica "pessach" ("passagem"), que p
ara os
hebreus significava o fim da escravidão e o início da libertação do povo judeu
(marcado pela travessia do Mar Vermelho, que se tinha aberto para "abrir
passagem" aos filhos de Israel que Moisés ia conduzir para a Terra
Prometida). Ainda hoje a família judaica se reúne para o "Seder", um
jantar especial que é feito em família e dura oito dias. Além do jantar há
leituras nas sinagogas.
Para os cristãos, a Páscoa é a passagem
de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. A passagem de Deus entre
nós e a nossa passagem para Deus. É considerada a festa das festas, a
solenidade das solenidades, e não se celebra dignamente senão na alegria. Em
tempos antigos, no hemisfério norte, a celebração da páscoa era marcada com o
fim do inverno e o início da primavera. Tempo em que animais e plantas aparecem
novamente. Os pastores e camponeses presenteavam-se uns aos outros com ovos.
OVOS DE PÁSCOA - De todos os símbolos,
o ovo de páscoa é o mais esperado pelas crianças. Nas culturas pagãs, o ovo
trazia a idéia de começo de vida. Os povos costumavam presentear os amigos com
ovos, desejando-lhes boa sorte. Os chineses já costumavam distribuir ovos
coloridos entre amigos, na primavera, como referência à renovação da vida. Os
cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na
Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países
da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos
amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na
Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras
figuras religiosas. Pintar ovos com cores da primavera, para celebrar a páscoa,
foi adotado pelos cristãos, nos século XVIII. A igreja doava aos fiéis os ovos
bentos. A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos de chocolate,
pode ser justificada pela proibição do consumo de carne animal, por alguns
cristãos, no período da quaresma. A versão mais aceita é a de que o
surgimento da indústria do chocolate, em 1830, na Inglaterra, fez o consumo de
ovos de chocolate aumentar.
COELHO - Por sua grande fecundidade, o
coelho tornou-se o símbolo mais popular da Páscoa. É que ele simboliza a Igreja
que, pelo poder de cristo, é fecunda em sua missão de propagar a palavra de
Deus a todos os povos.
CORDEIRO - O cordeiro é o símbolo mais
antigo da Páscoa, é o símbolo da aliança feita entre deus e o povo judeu na
páscoa da antiga lei. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães
ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do
grande feito de Deus em prol de seu povo: a libertação da escravidão do Egito.
Assim o povo de Israel celebrava a libertação e a aliança de Deus com seu povo.
Moisés, escolhido por Deus para libertar o povo judeu da escravidão dos faraós,
comemorou a passagem para a liberdade, imolando um cordeiro. Para os cristãos,
o cordeiro é o próprio Jesus, Cordeiro de Deus, que foi sacrificado na cruz
pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu: "morrendo, destruiu nossa
morte, e ressuscitando, restituiu-nos a vida". É a nova Aliança de Deus
realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos.
CÍRIO PASCAL - É uma grande vela que
se acende na igreja, no sábado de aleluia. Significa que "Cristo é a luz
dos povos". Nesta vela, estão gravadas as letras do alfabeto
grego"alfa" e "ômega", que quer dizer: Deus é princípio e
fim. Os algarismos do ano também são gravados no Círio Pascal. O Círio Pascal
simboliza o Cristo que ressurgiu das trevas para iluminar o nosso caminho.
PÃO E VINHO - O pão e o vinho,
sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos.
Cristo ao instituir a Eucaristia se serviu dos alimentos mais comuns para
simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas de boa vontade. Assim, o
pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna do Criador com a sua criatura e
sua presença no meio de nós. Jesus já sabia que seria perseguido, preso e
pregado numa cruz. Então, combinou com dois de seus amigos (discípulos), para
prepararem a festa da páscoa num lugar seguro. Quando tudo estava pronto, Jesus
e os outros discípulos chegaram para juntos celebrarem a ceia da páscoa. Esta
foi a Última Ceia de Jesus. A instituição da Eucaristia foi feita por Jesus na
Última Ceia, quando ofereceu o pão e o vinho aos seus discípulos dizendo:
"Tomai e comei, este é o meu corpo... Este é o meu sangue...". O
Senhor "instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue
para perpetuar assim o Sacrifício da Cruz ao longo dos séculos, até que volte,
confiando deste modo à sua amada Esposa, a Igreja, o memorial da sua morte e
ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade,
banquete pascal, em que se come Cristo, em que a alma se cumula de graça e nos
é dado um penhor da glória futura". A páscoa judaica lembra a passagem dos
judeus pelo mar vermelho, em busca da liberdade. Hoje, comemoramos a páscoa
lembrando a jornada de Jesus: vida, morte e ressurreição.
QUARESMA - Os 40 dias que precedem a
Semana Santa são dedicados à preparação para a celebração. Na tradição judaica,
havia 40 dias de resguardo do corpo em relação aos excessos, para rememorar os
40 anos passados no deserto.
Fontes:
[1] Baseado na Coleção Descobrindo a
Páscoa, Edições Chocolate.
[2] A vitória da Páscoa, Georges
Chevrot, Editora Quadrante, São Paulo, 2002
[3] Vida Eucarística, José Manuel
Iglesias, Editora Quadrante, São Paulo, 2005
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