terça-feira, 16 de outubro de 2012

Crônica da semana: Diringa vence as eleições e torna-se o "cara" da política de Tutóia



(By Neto Pimentel)
A política de Tutóia é uma caixinha de surpresa, desde que comecei a votar aos 16 anos de idade, tentei ir além de meramente escolher em quem votar conhecer mais a fundo cada líder, cada grupo, cada forma de fazer política.

Senhor Raimundo Nonato Abrão Baquil (Diringa) liderou a colônia de pescadores por certo tempo, lá se tornou conhecido, conquistou popularidade, e em 2004 compõe a chapa de Zilmar Melo como vice, vencendo as eleições daquele ano. Estrategicamente ou não, rompe com Zilmar, começar a sair do campo do litoral, do pescador, para ir de encontro com a outra ramificação trabalhista do município, o lavrador.

Começar a distribuir peixe gratuitamente aos humildes no interior, ganha o apelido de "arengue". Com os erros da administração de Zilmar no pleito de 2004 a 2008, tem seu nome cogitado para encabeçar uma coligação para prefeito após ter sido obrigado a deixar a colônia de pescadores, aliando-se ao líder dos lavradores, formando uma chapa teoricamente popular, a junção do "peixe e da farinha”.

O resultado foi positivo, vencendo as eleições de 2008, adota um modelo de fazer política, tendo a infraestrutura (bloketes) como bandeira. Os aliados do inicio do governo rompe com o mesmo e começam a serem seus opositores. Em fevereiro de 2011 todos os líderes políticos de Tutóia formam a "União por Tutóia", maior oposição já vista na história da cidade, tendo mais na frente à saída de Dr. Bebeto para alia-se ao prefeito. Ficando a situação política da seguinte forma: do lado da situação Diringa, Bebeto e Egídio Junior; do outro Chico Canavieira, Zilmar, Floriano e Zé Orlando.

Faltando muito tempo, ficou definida a disputa eleitoral do ano de 2012, talvez todo esse tempo tenha sido o erro de um lado e o aproveitamento do outro. Em fim chega às convenções e os candidatos são definidos. Chico Canavieira da oposição e Diringa da situação. A população começar a se envolver mais ativamente, alguns afirmavam que não tinha quem tomasse de Chico (eu me enquadrei nesses) e outros que essa era de Diringa novamente.

Chico realiza uma campanha com caminhadas, corpo a corpo, muitos comícios e palestras, tudo como manda o figurino. Diringa faz apenas 2 comícios, muito corpo a corpo e uma campanha um tanto quanto silenciosa, nem mesmo seus aliados foram propagados ao seu lado. Tática, estratégica, vontade pessoal, não sei, mas funcionou.

Chega o dia 7 de outubro, e quando as urnas se abrem, vem à alegria para 14 mil pessoas que votaram no prefeito continuar e decepção para quase 11 mil que queriam mudar. Com o fim do processo eleitoral, fiz em alguns dias uma análise profunda sobre os trâmites da política de Tutóia. Diringa dito por alguns como bobo, na verdade é um político inteligentíssimo, soube utilizar tudo que tinha a seu favor para vencer, ele não é um neopolítico, é o político que criou a sua forma de fazer política e campanha.

Notoriamente teve auxílio de um articulador, que diga de passagem baseou-se em tudo proferido no livro Arte da Guerra, na verdade existe um Sun Tzu ao lado de Diringa, um general de guerra. Sem esquecer que alguém em seu grupo deve ter na cabeceira de sua cama "O príncipe de Maquiavel" e leu tudo certinho. Ele Aliou-se a rivais políticos, adaptou-se ao sistema, utilizou os pontos fracos do adversário como arma e soube magnificamente bem usar sua maior munição no momento, hora, minuto e segundo correto, foi prático e eficiente.

Resultado, se reelegeu, dando uma forte rasteira em seus opositores, e mesmo diante de tantos atropelos, sai com moral da disputa eleitoral, já havendo até quem diga que ele elege agora quem quiser para ser o seu sucessor (ouvir isso num salão ao cortar o cabelo), particularmente acredito ser cedo para tamanha especulação. O que temos que reconhecer querendo ou não, é que Diringa transforma-se numa forte liderança e no "cara" da política de Tutóia.

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