quarta-feira, 10 de outubro de 2012

“Na política nada se perde nada se doa tudo se ajeita” (Alquimista)


Tutoia está mais uma vez em festa, exercendo sua democracia, embora totalmente maquiada.
Convenhamos, não existe povo mais “jeitoso” que o brasileiro, daí nossa política insanamente “jeitosa”. Vamos começar analisando uma das festas mais popularmente glamorosas do mundo: o carnaval. Uma vez por ano o brasileiro vive um momento glorioso, ali grande parte de uma população de desdentados, descamisados, desvalidos demonstra sua miserável alegria fazendo reverencias na majestosa Marques de Sapucaí. Este é sem duvida um quadro estupendo da miséria, mas tudo se “ajeita”, um pouco de purpurina aqui, lantejoulas ali, plumas e paetês acolá, tudo isso com doações de pessoas bem articuladas politicamente, cujo intento é apenas e tão somente carnavalesco. Dá até para fazer um refrão:

Olha a política aí gente!
Ela brilha sem perder e sem doar.
Porque ninguém melhor que ela sabe se ajeitar

Tutoia perde com a corrupção, prática já rotineira na Política de Tutoia. No Brasil virou sinônimo de casuísmo e enriquecimento ilícito. Já se tornou rotina no dia-a-dia do brasileiro a corrupção. Mais uma entre tantas péssimas heranças coloniais, a corrupção é um dos grandes empecilhos para o Brasil transformar-se em um país desenvolvido, com melhores condições sociais e maior igualdade de direitos. A população tutoiense precisa, com urgência, conscientizar-se (não foi desta vez), pois só assim teremos uma Tutoia mais justa, com amplas oportunidades para todos seus habitantes. Rotineiramente, verbas que poderiam ser aplicadas em educação, alimentação, transporte e saúde são desviadas. Enquanto isso, os moradores convivem com a miséria, com o preconceito, sem emprego, pois o dinheiro que poderia ser investido em infraestrutura e em mecanismos para diminuir os problemas está sendo aplicados em enriquecimentos ilícitos. Tudo isso é apenas uma parte irrisória da vergonhosa história de politica em Tutoia. Nesta eleição comprou-se e vendeu-se de tudo, até aquilo que deveria ser invendável “a dignidade humana”. Há quem afirme que até prédios escolares, ambulâncias e outros meios públicos foram usados para compra de votos. Jovens sendo manipulados, usados como mula para compra de votos.
A Juventude e a participação política há um bom tempo, se tem escutado afirmações que vão ao sentido de que os jovens de hoje são apáticos, não querem se envolver com nada e são, na sua maioria, desinteressados pela política. Não desejam participar de nenhuma ação capaz de influenciar as políticas públicas. A falta de informação de certa forma não chega a surpreender, visto à dificuldade e o monopólio do acesso à informação em nossa cidade. A falta de maior participação não se dá por não haver disposição ou mesmo desinteresse dos vários setores da população, mas sim por não haver mecanismos que estimulem e promovam o acesso à informação e a inclusão dos jovens na política de Tutoia. A juventude tem a possibilidade de ser um dos principais setores da sociedade a promover este reordenamento político, tanto pela sua disposição, como pela sua expressão social. A juventude deve desde já construir a sua intervenção social unificada, de modo que exerça maior influência de decisão sobre a política geral, seja nos movimentos ou na institucionalidade. O que pode gerar maiores e importantes conquistas sociais para todo o conjunto.
Os problemas tutoienses não melhorarão se a população não pressionar cotidianamente seus políticos eleitos, que, obviamente, precisam ser escolhidos conscientemente. Demonstrar inconformismo, de nada adiantará. Todos nós precisamos atuar como militantes da ética política, informando a sociedade tutoiense. Talvez a "Lei da Ficha Limpa" comece a mudar os rumos políticos do Brasil. Não adianta, no entanto, rezarmos para que não seja apenas mais uma lei "para inglês ver". Precisamos nos interessar sobre a política de Tutoia, pois suas decisões ultrapassam a câmara e prefeitura. Elas atingem toda a vida do povo tutoiense.
A democracia política já foi criticada porque conduz à ineficiência e fraqueza de direção, porque permite aos homens menos desejáveis obter o poder, porque fomenta a corrupção. A ineficiência e fraqueza da democracia política tornam-se mais aparentes nos momentos de crise, quando é preciso tomar e cumprir decisões rapidamente. (Aldous Huxley, in "Sobre a Democracia e Outros Estudos").
A maioria da população tem repulsa à corrupção. Mas desenvolvemos uma postura um tanto leniente. A maioria está preocupada com questões concretas como salário, emprego, custo de vida, crédito, saúde, violência, educação. Tentamos até obscurecer os fatos, criando novas palavras. A própria presidente Dilma cunhou o termo malfeito. Ora, malfeito é antônimo de bem-feito. A contraposição à ética e à honestidade é corrupção. Se quisermos fortalecer nossa democracia, urge uma profunda transformação ética no comportamento de nossas elites. As lideranças da sociedade devem servir de exemplo, espelho, devem gerar confiança e credibilidade. A impunidade tem que ser extirpada. O sistema, reformado.  O combustível da vida é a esperança. Tutoia não pode mergulhar num mar de desesperança e apatia em relação à sua democracia. Reclamar dos políticos e da corrupção no país não é novidade, porém uma pesquisa revela que podemos, na verdade, ao nos indignar com estes, estar agindo com hipocrisia! Votar requer reflexão e vontade de mudar! Já é muito antiga esta história de se reclamar dos políticos, e isto tende a piorar, seja pelo cinismo, seja pelos mais criativos métodos possíveis de roubalheiras e falcatruas. Até que ponto as pessoas são coniventes com a corrupção e se elas praticariam as mesmas ilicitudes se estivessem no lugar dos políticos?
Temos que admitir que somos nós quem viabilizamos a sustentabilidade dessa política insana, na qual somos atores vergonhosamente pacíficos.
“A sociedade não é vítima, mas autora. Somos responsáveis pelos políticos em geral, pelos homens públicos que aí estão”. Marco Aurélio de Mello.

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