Em 2015, 81 mil pessoas começaram a tomar os antirretrovirais, um
aumento de 13% em relação a 2014. Com aumento da adesão aos medicamentos, país
já atinge meta de supressão viral.
O Brasil registrou, em 2015, recorde no número de pessoas em
tratamento de HIV e aids: 81 mil brasileiros começaram a se tratar no ano
passado, um aumento de 13% em relação a 2014, quando 72 mil pessoas aderiram
aos medicamentos. De 2009 a 2015, o número de pessoas em tratamento no Sistema
Único de Saúde aumentou 97%, passando de 231 mil para 455 mil pessoas.
Isso significa que, em seis anos, o país praticamente dobrou o número de brasileiros que fazem uso de antirretrovirais.
Isso significa que, em seis anos, o país praticamente dobrou o número de brasileiros que fazem uso de antirretrovirais.
Outro avanço importante é a supressão viral: 91% dos brasileiros adultos
vivendo com HIV e aids, em tratamento há pelo menos 6 meses, já apresentam
carga viral indetectável no organismo. “Isso significa que essas pessoas não
mais transmitem o vírus para outras, e que os antirretrovirais fizeram efeito.
É um grande avanço em termos de saúde pública, embora o uso da camisinha
continue sendo preponderante para previnir a contaminação”, frisou o diretor do
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, que nesta
quinta-feira (28), apresentou, no Rio de Janeiro (RJ), dados inéditos sobre o
tema durante o lançamento da campanha de prevenção às DST e Aids para o
Carnaval 2016.
Esse resultado também significa que o Brasil já atingiu uma das três
metas de 90-90-90, pactuadas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/Aids (UNAIDS), que têm como objetivo testar 90% das pessoas vivendo com HIV
e aids, tratar 90% destas e que 90% tenham carga viral indetectável até 2020 em
todo o mundo.
“O número de pessoas em tratamento representa um recorde histórico.
Nunca tanta gente começou a se tratar em um só ano. Isso significa que a
campanha realizada pelo Ministério da Saúde no último ano, a #PartiuTeste,
funcionou, assim como a campanha do Dia Mundial e as ações que desenvolvemos no
âmbito do Programa Nacional de DST, Aids e Hepatite Virais”, comemorou o
diretor no evento, que ocorreu na Quadra da Mangueira com participação da
Secretaria Estadual de Saúde, apresentação de passistas da escola de samba e
presença do Homem Camisinha, personagem criado especialmente para a campanha.
Em relação às outras metas, o Brasil também tem avançado rapidamente,
alcançando melhoras significativas em todos os indicadores. O percentual de
brasileiros vivendo com HIV diagnosticados passou de 80%, em 2012 para 83%, em
2014. A ampliação da testagem é uma das frentes da nova política de
enfrentamento do HIV e aids. Entre janeiro e setembro de 2014, foram realizados
5,8 milhões de testes no país. No mesmo período do último ano, foram 6,4
milhões - um crescimento de 10%. Já em relação à segunda meta, a oferta de
tratamento, o Brasil passou de 44% de pessoas tratadas em 2012 para 62% em
2014, um aumento de 41% no período.
CAMPANHA DE CARNAVAL - A campanha de Carnaval deste ano, veiculada
entre os dias 27 deste mês e 6 de fevereiro, tem como slogan Deixe a Camisinha
Entrar na Festa. Ela reforça o preservativo como a mais importante arma de
combate ao HIV e aids, trabalhando a mensagem de prevenção nas ações
pré-carnaval e durante as festas. Entre as peças estão filme, jingle para
veiculação em rádios e versão estendida da música para os trios elétricos e
carros de som. Foram investidos cerca de R$ 14 milhões na iniciativa.
No filme, um ator fantasiado de camisinha (Homem Camisinha) ajuda seus
amigos em situações icônicas de carnaval, como ser convidado para uma festa e
apresentar uma paquera. A ideia é mostrar que a camisinha faz a diferença e,
assim, incentivar os jovens a se protegerem contra a aids e outras infecções
sexualmente transmissíveis em suas relações sexuais.
Também fazem parte da campanha vídeos para redes sociais, peças para a
web e ações especiais com os blocos de carnaval, com reforço para as capitais
onde foi identificada maior incidência da epidemia, como Manaus e Porto Alegre.
Para as redes sociais, serão produzidos pequenos filmes registrando a atuação
in loco do Homem Camisinha ao longo da folia.
O diferencial da campanha deste ano é que, a partir da Quarta-Feira de
Cinzas, serão distribuídos folhetos nos postos de saúde e outdoors sobre a
profilaxia pós-exposição (PEP). Dessa forma, no período pós-Carnaval, o
Ministério continuará incentivando a testagem e o tratamento para os casos de
sorologia positiva, completando assim, o tripé da prevenção.
PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO - A profilaxia pós-exposição (PEP) é um
procedimento que evita a proliferação do vírus HIV caso o medicamento seja
tomado em até 72 horas após a exposição ao vírus, como nos casos de sexo
desprotegido. O ideal, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas, é que seu uso seja feito nas primeiras duas horas após a
exposição ao risco. Ao todo, são 28 dias consecutivos de uso dos quatro
medicamentos antirretrovirais previstos no novo protocolo (tenofovir +
lamivudina + atazanavir + ritonavir).
Durante todo o ano de 2015, foram ofertados 42,3 mil tratamentos para
Profilaxia Pós Exposição (PEP) em todo o país, um crescimento de 48,7% em
relação ao ano de 2014, quando foram dispensados 28,4 mil tratamentos. Os
resultados se devem, em grande parte, às ações como o novo Protocolo Clinico de
Diretrizes e Tratamento, que simplifica os procedimentos para o uso de
medicamentos antirretrovirais após exposição ao vírus do HIV. Publicado em
agosto do ano passado, o documento recomenda um esquema único de tratamento a
todas as situações.
A partir desta quinta-feira, entra no ar, no site do Departamento de
DST, Aids e hepatites virais (DDAHV) do Ministério da Saúde, uma nova área
sobre Profilaxia Pós-Exposição (PEP) com informações customizadas para o
usuário do SUS, profissionais de saúde e gestores estaduais e municipais. O
conteúdo incluirá a lista das 515 unidades de saúde que ofertam a PEP.
PRESERVATIVOS – Em 2015, o Ministério da Saúde distribuiu 574 milhões
de preservativos (552 milhões masculinos e 22 milhões femininos), superando os
443,8 milhões distribuídos em 2014. Desde novembro, o Ministério emitiu
comunicado para que os estados se preparassem para o carnaval. Assim, foram
encaminhados, apenas nos meses de novembro e dezembro, 123 milhões de
camisinhas. Em janeiro desse ano, nova remessa de 31 milhões foi
encaminhada.
Durante o carnaval haverá distribuição de 5 milhões de preservativos
em ações especiais nos blocos, com a presença do Homem Camisinha, em cidades
como Recife, Olinda, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Ouro Preto. Serão
enviados, a bares selecionados, dispensers com preservativos e cartazes para
sinalização dos pontos de distribuição gratuita.
PANORAMA - O total de brasileiros com acesso ao tratamento com
antirretrovirais no país mais do que dobrou entre 2009 e 2015, passando de 231
mil pacientes (2009) para 455 mil (2015). Atualmente, o SUS oferece,
gratuitamente, 22 medicamentos para os pacientes soropositivos. Desse total, 11
são produzidos no Brasil. A rede de assistência conta atualmente com 517
Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência
Especializada (SAE), além de inúmeras unidades básicas de saúde.
Atualmente a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de
detecção em torno de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa
cerca de 40 mil casos novos ao ano. Desde o início da epidemia de aids no
Brasil – em 1980 –, até junho de 2015, foram registrados no país 798.366 casos
de aids.
Data de Cadastro: 28/01/2016 as 12:01:50 alterado em 28/01/2016 as 16:01:12
Por Nivaldo Coelho, da Agência Saúde
Atendimento à Imprensa
(61) 3315-2005 / 3580 / 2351
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