“Você não consegue escapar da responsabilidade de amanhã esquivando-se dela hoje.”
(Abrahan Lincoln)
Como é um ano eleitoral, quero compartilhar este texto, pois, este ano eleitoral devemos refletir muito a nossa participação como cidadão, especialmente o jovem, que tem tamanha responsabilidade com seu voto.
O voto aos 16 anos foi uma conquista do movimento estudantil, incorporada à Constituição de 1988. Entre o fim da década de 1980 e o início da seguinte, estudantes e jovens, de um modo geral, demonstravam interesse na vida política nacional e desejo de se manifestar, por meio do voto, sobre os rumos do país. No entanto, essa vontade de participar tem diminuído. Mesmo amparados pelo artigo IV da Constituição Federal, que garante aos maiores de 16 anos o direito ao voto, na prática, nem sempre isso acontece. Há cinco anos havia 3,6 milhões de eleitores de 16 e 17 anos no Brasil. Em 2008 o número chegou a 2,9 milhões, redução de 19%. Uma pesquisa do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) mostra que os adolescentes vêm demonstrando pouco interesse em comparecer às urnas. No estado, de cada três adolescentes de 16 e 17 anos, um tirou o titulo de eleitor. Em Belo Horizonte, o interesse foi menor: um entre quatro adolescentes se inscreveu na Justiça Eleitoral.
Se números assim
permitem constatar o desinteresse do jovem no exercício de um direito seu, é o
caso de perguntar as razões desse fato. Por que os jovens parecem ter perdido o
interesse pela política? O que explica o crescente número de jovens que não faz
questão de tirar o título de eleitor e de votar? Alguns dizem que não se sentem
preparados para exercer o voto ou veem o descaso e a falta de compromisso dos
políticos brasileiros como um dos principais motivos para seu desinteresse em
votar.
Entendemos que o
objetivo da Lei é dar ao jovem cidadão a oportunidade de escolher
representantes, mas por outro lado, obriga-o a votar mesmo sem que haja o
desejo. Para muitos, este é um fator que possibilita o voto sem
responsabilidade e consciência e favorece a compra e venda de votos. Dessa
forma é fundamental também que o jovem se informe, estude, se atualize e não
caia nas propagandas e campanhas eleitoreiras. Sim, o ato de votar é um dever
para o jovem, como também, a responsabilidade pelos próprios atos. Mesmo assim,
a falta de informação ou, até mesmo, de interesse pelo futuro da sociedade faz
com que muitos jovens não cheguem às urnas ou cheguem sem opinião formada.
Mas, de quem é a culpa?
Infelizmente, o cenário é realmente desalentador: A cada eleição, a cada
escândalo a decepção aumenta o distanciamento dos jovens em relação à política,
o que é um péssimo sinal para o futuro de nosso país, pois é em sua juventude
que uma nação credita suas maiores expectativas de transformações futuras. Em
quem iremos depositar nossas esperanças se não acreditarmos que os jovens
poderão fazer do Brasil um país melhor, mais justo, solidário e verdadeiramente
democrático?
E como prepará-los para
tal missão? Tudo começa dentro de casa, quando podem começar a ter
responsabilidades de participação na própria família. Depois passam para o
contexto da escola, onde influenciam nas decisões em sala de aula, ajudando a
dar mais qualidade ao processo de ensino-aprendizagem e mais vida ao ambiente
escolar. Com a ajuda da escola ou da família, estes adolescentes podem
monitorar as políticas públicas e ajudar a disseminar o que está dando certo e
sugerir formas de melhorar a situação da infância e adolescência, por exemplo.
O voto é um direito de
participação política e social do adolescente que merece ser estimulado e
fortalecido. Sendo assim, todo adolescente tem o direito de participar das
decisões que afetam sua vida e da comunidade, e o voto é uma maneira de ele ser
protagonista, mas também responsável pelo rumo das políticas públicas. Para
isso, é essencial ele se informar, discutir com outros adolescentes, fazer uma
escolha livre e consciente e, depois, acompanhar a atuação dos gestores
públicos.
Referências :
http://blogfolha.com/?p=57936
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